quinta-feira, 4 de janeiro de 2007

"Só deixo meu coração na mão de quem pode"


Chamada de Madame pelos íntimos e por sua banda, Kátia Bronstein - Kátia B. - arrebenta no DVD chamado lindamente de "Só deixo meu coração na mão de quem pode." Nele, a ex-integrante do grupo de Fausto Fawcett, apresenta um repertório "cool", de músicas próprias com parcerias de Suba, BID, Dé e Pedro Luís, só para citar alguns. Há ainda versões para "A Rã", "Sonho" (de Egberto Gismonti), "Mora na Filosofia" e "Down By the Water" (PJ Harvey), tudo com uma roupagem moderna, com arranjos eletrônicos e distorções de guitarra. Sem falar que Madame, além de ter ótima voz, canta de forma elegante, com muita classe e presença marcante de palco.
Comprei o DVD sem nunca ter ouvido Kátia B. cantar em projeto solo, mas já tinha lido críticas elogiosas sobre seus shows em São Paulo. Aquisição preciosa, pois foi um dos melhores dvds musicais que tive a oportunidade de assistir em 2006.

terça-feira, 2 de janeiro de 2007

Godard, Truffaut e a "Nouvelle Vague"






Por esses dias tive finalmente a oportunidade de assistir a dois filmaços que fazem parte de um movimento cinematográfico surgido na França, que ganhou força no final de década de 50, conhecido pelo nome de "Nouvelle Vague": "Acossado" (A Bout de Souffle) de Jean-Luc Godard e "Os Incompreendidos" (Les Quatre Cents Coup), de François Truffaut.
Tais filmes são ícones dessa, por assim dizer, revolução cinematográfica francesa, que provocou uma ruptura na tradicional ótica dos diretores e na forma de atuar dos atores. Passou-se a valorizar as locações externas, o modo solto e mais improvisado de atuação dos atores, a liberdade das câmeras, os "Jumps cuts" (em "Acossado", Godard sentou-se em uma cadeira de rodas para obter tomadas incomuns), a edição eliptíca (quando o diretor percebia que não era possível obter uma tomada realística, editava a cena, filmando apenas o que era possível com os recursos disponíveis). O filme tornou-se autoral e o diretor o responsável pela obra. As escolhas cabiam aos diretores e os roteiros eram desenvolvidos priorizando mais o modo como a história era contada do que a história em si. Truffaut, certa vez, em uma entrevista concedida, disse que a "Nouvelle Vague" na verdade não existia porque tudo se deu de forma involuntária, sem um "estilo" uniforme de direção ou atuação, mas admitiu haver características em comum em vários filmes de diretores da época, porque partilhavam das mesmas idéias, gostavam dos mesmos filmes e criticavam o tradicionalismo francês. Características como a desenvoltura na narrativa, com diálogos sem sentido, irônicos, provocadores e até mesmo amorais, as colagens inusitadas, as tomadas fragmentadas, as cenas que mostram atos gratuitos e gestos imotivados, tudo pode ser observado nos filmes aqui referidos.
"Acossado" (1959), que ganhou a palma de ouro em Cannes de melhor diretor, conta a história do ladrão francês de quinta que adora Humphrey Bogart (Jean Paul Belmondo) e que vive de pequenos golpes e roubos. Após assassinar um guarda rodoviário, passa o filme inteiro se escondendo da polícia, com o apoio de sua cúmplice e amante Patrícia (Joan Seberg), uma vendedora de jornais, até ser delatado por um informante (vivido pelo próprio Godard).
O filme de Truffaut, "Os Incompreendidos", conta a história de Antoine Doinel (Jean-Pierre Léaud), um adolescente desajustado, que não consegue se adaptar na escola nem ser entendido pelos próprios pais e que vive se metendo em problemas. No fim, acaba sendo internado em um reformatório, do qual, mais tarde, consegue fugir rumo a um destino incerto.
Dois filmes emblemáticos, considerados "cult" e que fazem parte desse estilo de ruptura com a estética tradicional cinematográfica, que influenciou até Glauber Rocha e o nosso Cinema Novo, conhecido como "Nouvelle Vague".






-> Outros diretores da "Nouvelle Vague": Claude Chabrol, Jacques Rivette, Eric Rohmer, Alain Resnais.

2007: O ano em que nos livramos de Rosinha e Garotinho

Cariocas, nós temos um motivo para comemorar 2007 mais do que os outros anos! Estamos livres do Casal Garotinho! Foi duro, sofremos com a decadência e a falência de nossa Cidade Maravilhosa, mas sobrevivemos! Chega de chapinha a 1 real, comida a 1 real, remédio a 1 real, pregações evangélicas, cafonice, greve de fome fajuta, festas de arromba no Palácio das Laranjeiras. Chega de sucatear os Hospitais Estaduais, a minha querida UERJ, a Defensoria Pública...Chega!!!
Como escreveu Tutty Vasquez, no artigo da Vejinha desta semana que lavou minha alma: "ACABOOOOOOUUUUUUUUU!!!!"